O filho do ex-jogador Aílton decidiu pendurar as chuteiras e se dedicar ao estudo da palavra de Deus. Em entrevista ao globo.com o atleta de 27 anos contou que ficou dois anos amadurecendo a idéia.
– Passei dois anos amadurecendo a decisão. Comecei a notar que estava satisfeito com tudo o que eu vivi, com todos os ensinamentos que pude tirar do esporte. A gente amadurece muito rápido. Com 18 anos, eu já interagia com caras muito experientes, que já tinham família, estabilizados. O convívio com o diferente é enriquecedor e as dificuldades geram a disciplina. E no futebol eu já passava a mensagem de vida que desejo levar para os outros –, disse.
Como qualquer faculdade, o curso é reconhecido pelo MEC e pedirá muito estudo do ex-jogador, que filosofa ao explicar o novo desafio.
– Eu sou batista e o curso também, mas a gente estuda todas as religiões e reflete acerca das coisas de Deus, construindo, desconstruindo e reconstruindo. Há monografia na conclusão, como qualquer faculdade. Estudam-se também filosofia, sociologia, antropologia, a história da Bíblia… sem contar o hebraico, por conta do Antigo Testamento, e o grego, do Novo Testamento.
O ex-atleta também disse que não sofreu preconceito por ser Cristão.
Eu não tive, por incrível que pareça, nenhum episódio de preconceito. Muitos companheiros chegavam em mim durante e diziam: “Cara, você não é cristão. Você não fica tentando convencer ninguém”. Nunca gostei de impor uma oração ou abrir a Bíblia no grupo, embora faça isso no meu momento de privacidade. As pessoas têm uma imagem estereotipada do crente e o discurso religioso é desgastante – declarou.
Crys se destacou em 2006 no América do Rio onde jogou com muitos atletas experientes, dentre eles, o meia Robert, que ele considera o maior exemplo dentro do futebol:
” Eu era moleque e via ele jogando por prazer, e muito bem. A atmosfera que ele criava em torno de quem ele era e a humildade com a qual ele conviveu com o grupo foram especiais. Jogávamos tênis, corríamos juntos no Bosque da Barra. Eu falava pouco e ouvia muito”
O assunto religião foi marcante naquele America. O tetracampeão mundial Jorginho, na época técnico do clube rubro, propôs a mudança do Diabo, tradicional mascote americano, pela águia. Chrys interpreta a atitude do comandante de uma maneira diferente.
– Não acho que ele pensasse que a troca do Diabo mudasse alguma coisa, mas sim que a águia era um símbolo do America daquele momento, a cara que ele queria dar. Os mascotes remetem ao que o clube quer ser. O Diabo representava um time que infernizava os adversários, mas eu enxergava que a águia simbolizava algo além, o voo alto que o time queria dar naquele momento, não apenas complicar os rivais. Era uma sacada boa, inteligente.
Fonte: www.globoesporte.com
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